quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Música Computacional – O Futuro


Como está no planeamento desta semana, irei falar sobre o futuro da música com a utilização dos sistemas computacionais. Podemos chamar-lhe a era da “Música Computacional”.
Nos últimos 25 anos os computadores vêm sido aplicados na análise e síntese de composições musicais e de sons.
O primeiro trabalho produzido (nos meados da década de cinquenta) era centrado na utilização de computadores para compor música (síntese de partitura) de acordo com regras de composição expressas por meio de linguagens de programação. Desde então os computadores vêm sendo utilizados para estudar várias propriedades de partituras musicais (análise de partitura) por musicólogos interessados em verificar, por exemplo, a autenticidade da autoria de certas obras musicais, assim como para investigar os modos extremamente subtis e variados nos quais ouvimos os sons musicais (análise de som). Os computadores são utilizados para criar sons (síntese de som).
Hoje a maioria das referências à música computacional dizem respeito à área de síntese de som: a utilização de computadores como instrumentos musicais. A música computacional provém, por default, da linhagem da música eletrónica, porém tem muito pouco a ver com a música eletrónica "tradicional".
A música computacional é uma das atividades mais interdisciplinares que existem, englobando muitos aspetos de música (composição, performance, musicologia), ciência da computação (programação, inteligência artificial), engenharia elétrica (circuitos analógicos e digitais, arquiteturas de máquinas, processamento digital de sinal), psicologia (perceção, cognição) e física (acústica).


Os Meios (Instrumentos)
Os computadores processam informação. Os padrões de bits dentro da memória de um computador podem ser utilizados para representar virtualmente qualquer coisa, inclusive sons musicais ou regras para composição.
Com o avanço das técnicas de gravação digital, temos a capacidade de incluir qualquer som natural numa peça de música computacional, exatamente como os sons naturais foram incluídos em outras formas de música eletrónica quando da evolução do gravador de fita, no final da década de quarenta.
Além disto, estes sons podem ser alterados pelo computador através das técnicas de processamento digital de sinal.
Os computadores podem produzir virtualmente qualquer som que possa provir de um altifalante, desde que tenhamos a "receita" para ele. Podemos controlar precisamente a altura (se tiver alguma), a intensidade e o timbre (brilhante, penetrante, velado, estrondoso, ou qualquer combinação de uma miríade de qualidades).
Objetivos
A música computacional tem como objetivo: produzir novos instrumentos, nova música e novo conhecimento sobre música. A nova música explora a vasta área dos sons que somente podem ser realizados com computadores.
A Música
A música computacional diz respeito ao modo dentro do qual alguma música é feita, e não ao modo como ela soa. Computadores, como pianos, podem ser utilizados para fazer qualquer espécie de música, sendo isto dependente da pessoa que cria a obra. Esta pode, inclusive, soar bastante tradicional - os computadores podem sintetizar harmonias, melodias e ritmos tradicionais da mesma forma como podem sintetizar qualquer outra coisa a mais.
Por outro lado, a maioria dos compositores contemporâneos são atraídos pela capacidade exploratória dos computadores, da mesma forma como são atraídos pelos aspetos similares da música para instrumentos tradicionais.
As Pessoas


A síntese de música computacional foi pela 
Laboratórios Bell

primeira vez realizada nos Bell Laboratories,  estes também nos trouxeram o cinema sonoro, o som estereofónico, a fala sintetizada por computador, o transístor, o laser e os satélites de comunicação geossíncronos, para nomear algumas poucas realizações.




Instalações de maiores dimensões para a música computacional existem na Stanford University, na University of Califórnia em San Diego, no Massachusetts Institute of Technology e no Institute de Recherche et Coordination Acoustique/Musique (IRCAM), em Paris.




Lejaren Hiller
Os primeiros programas de computador para composição de música foram escritos por Lejaren Hiller na University of Illinois nos meados da década de cinquenta.
Nos meados da década de sessenta, John Chowning montou a primeira instalação universitária de música computacional na Stanford University Canadá.
Desde esta época, a música computacional vem sendo praticada maior parte nos Estados Unidos, Suécia, França, Canadá, Austrália, Itália e Áustria.



O Futuro
A música computacional floresceu nos Estados Unidos primariamente porque o seu sistema universitário não separa com muita relevância as artes e as ciências da tecnologia.


As linhas atuais de pesquisas são direcionadas à exploração do fato de que a tecnologia de computação está a tornar-se menos cara à medida que o tempo passa, e também para uma compreensão da natureza básica da música.


Podemos olhar para um futuro, em que os instrumentos musicais baseados em computador tornar-se-ão disponíveis a qualquer um que esteja interessado em participar da exploração da música.


Os instrumentos musicais futuros não produzirão sons fixos, nem um conjunto fixo de sons predefinidos, mas serão programáveis - como computadores - permitindo aos músicos delinear não somente como os sons serão combinados, mas também a natureza básica dos próprios sons.

Beatriz

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